quinta-feira, 20 de setembro de 2007

- Eu lamento


Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo. Eu acordei com medo e procurei no escuro alguém com seu carinho e lembrei de um tempo, porque o passado me traz uma lembrança do tempo que eu era criança e o medo era motivo de choro, desculpa pra um abraço ou um consolo. Hoje eu acordei com medo mas não chorei, nem reclamei abrigo, do escuro eu via um infinito sem presente, passado ou futuro. Senti um abraço forte, já não era medo, era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim. De repente a gente vê que perdeu, ou está perdendo alguma coisa, morna e ingênua que vai ficando no caminho, que é escuro e frio mas também bonito, porque é iluminado pela beleza do que aconteceu há minutos atrás...

Na sua corcunda não vou poder mais subir, com seu barrigão não vou poder mais brincar, os seus sinais nas costas nem vou mais poder pegar, mas só sei que sempre vou poder te amar!
Te amo paizim!

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

- Eu digo:

Possuo gestos mansos. Na tristeza sempre me mantenho com dignidade. Na alegria, nunca vou ao riso aberto. Sou uma pessoa que não se faz agressivamente notada através de gritos , de cheiros, de gestos ou de atitudes. Sou daqueles que se movem num relativo silêncio e que não costumam revelar à luz do dia as suas paixões, os seus desejos, os seus sentimentos, enfim...
Sou tímido, mas à primeira vista me torno alguém anti-social, alguém com um leve ar de arrogância e sem nenhuma chance de me defender, de comprovar o contrário, pois os pensamentos e olhares alheios não podem ser controlados. "Sabe aquele garoto que você vê e pensa: 'ele deve ser legal'... então... não sou eu! Mas sabe equele garoto que você olha e pensa: 'nossa, esse cara deve ser insuportável!'... então... esse sou eu. Mas sabe a diferença entre esses tipos? Com o primeiro você se decepciona quase sempre, porque quando ele abre a boca você vê que tava totalmente enganado, e com o segundo, você se surpreende, porque descobre que ele é muito mais do que você imaginava". Falo isso por mim próprio, eu penso assim. As vezes nem penso. Imagino muito o que pensam de mim, isso faz com que eu pense mais de uma vez antes de falar qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, avalio tanto as palavras, até as minhas expressões faciais e o timbre da voz é avalido. E não vejo isso como insegurança, mas como um ato de precaução, pois há casos em que uma simples palavra pode tornar uma frase toda incompreensível. E isso é o que mais temo, que me interpretem mal. Há até um certo receio de sorrir da minha parte, pois até um sorriso pode ser mal interpretado, e isso não é um exagero meu, por isso meu riso só vem nas horas bem convenientes. Não sou alguém sério eu extremo, mas você raramente me verá com aquele sorriso aberto, mas isso não significa que sou alguém que está de mal humor constatemente, pra ser mais exato nem me lembro de algum momento que estive de mal humor, você nunca me verás reclamando da vida ou esbanjando lamentos, se alguma vez tive que falar dessas coisas pra alguém, falei pra mim mesmo, pois só compartilho alegria, coisas de bom agrado, deixo as lastimas para os depressivos. Eu rio de boca fechada, mas com os olhos de quem rir de boca aberta. Adoro abraçar, mas meus braços só rodeiam alguém quando meu coração diz: "Abraça!". Pra mim, beijar é mais fácil que abraçar, pois o beijo você pode dar simplesmente no ato de comprimentar alguém que você nunca viu, o abraço é algo mais intenso, é dado quando há um grau de afinidade maior...
Prazer!

Wallyson Aguiar Mourão